terça-feira, 22 de julho de 2014

Redes p2p: o que são e para que servem?

03:17

Fala galera!

Com as Novas Tecnologias da Informação e Comunicação (NTIC) surgindo no mundo virtual, hoje vamos conhecer mais sobre redes p2p ou redes par-a-par, e entender sua importância na cultura de compartilhamento de dados online.

Definição


    Segundo o Wikipédia, p2p, que quer dizer peer to peer, é uma arquitetura de redes de computadores onde cada um dos pontos ou nós da rede funciona tanto como cliente quanto como servidor, permitindo compartilhamentos de serviços e dados sem a necessidade de um servidor central.


    Essa rede descentralizada utiliza recursos de forma mais eficiente do que uma rede tradicional e é menos vulnerável a falha sistêmica.  Como os recursos necessários são distribuídos (carga computacional, tráfego de rede, espaço de armazenamento, etc) entre os pares, ou nós, é possível conseguir um melhor desempenho de forma econômica. Do contrário da rede cliente-servidor onde a performance depende do desempenho do servidor.


    Devido a inexistência de um servidor central, a rede p2p apresenta uma maior robustez e segurança por não poder sofrer um ataque centralizado. Redes p2p são usadas por sistemas eletrônicos de pagamentos (como as moedas criptografadas Bitcoins) e serviços de comunicação baseados na Internet, mas o desenvolvimento tem sido, em grande parte impulsionado pela partilha de dados online (BitTorrent, eMule, uTorrent).



É mais ou menos assim que funciona


O p2p é o resultado da tendência natural do desenvolvimento de engenharia de software com a disponibilidade de tecnologia para a criação de redes maiores. Para funcionar eficientemente, sistemas peer-to-peer devem se preocupar com os seguintes requisitos:

Escalabilidade global

Um dos objetivos das aplicações peer-to-peer é explorar os recursos de hardware de um grande número de hospedeiros conectados à Internet. Assim, essas aplicações devem ser projetadas de modo a suportar o acesso a milhões de objetos em dezenas ou centenas de milhares de hospedeiros.


Disponibilidade

A maioria dos sistemas peer-to-peer são constituídos de computadores hospedeiros que são livres para se juntar ou sair do sistema a qualquer hora. Além disso, os segmentos de rede utilizados não são gerenciados por alguma autoridade; nem possuem garantias de qualidade de serviço. Um grande desafio para os sistemas peer-to-peer é prover um sistema confiável apesar desses fatos. Quando novos hospedeiros se juntam, eles devem ser integrados ao sistema e a carga deve ser redistribuída para explorar esses novos recursos. Quando eles saem do sistema voluntariamente ou involuntariamente, o sistema deve detectar a partida deles, e redistribuir as suas cargas e os seus recursos.


Segurança dos dados

Em sistemas de escala global com participantes de origens diversas, confiança deve ser construída com o uso de autenticação e mecanismos de criptografia para garantir a privacidade dos dados e da informação.


Anonimidade, negabilidade e resistência à censura


Anonimidade é uma preocupação legitima em muitas situações que demandam resistência à censura. Um requisito relacionado é que hospedeiros que guardam dados devem ser capazes de negar plausivelmente a responsabilidade sobre a posse e o suprimento deles. A utilização de um grande número de hospedeiros em sistemas peer-to-peer pode ser útil em alcançar essas propriedades.



Aplicações p2p


BitTorrent é, atualmente, o sistema de download p2p mais utilizado no mundo. Funciona de tal maneira que o computador baixa pedacinhos de um conteúdo de outros computadores como o seu, e, enquanto baixa, e por quanto tempo você mantiver o arquivo no seu cliente de tecnologia p2p, outras pessoas baixarão pedacinhos daquele conteúdo de você.


Bitcoin é uma  moeda digital criptografada que  usa a tecnologia ponto-a-ponto para operar sem a necessidade de uma autoridade central ou banco; as transações com bitcoins são gerenciadas coletivamente pelos usuários da rede. O bitcoin usa a tecnologia p2p para registrar as transações, e usa criptografia para prover funções básicas de segurança, como certificar que bitcoins só podem ser gastas pelo dono, e evitar gastos duplos. O processo pelo qual os bitcoins entram no mercado é mais parecido com o que ocorre com o ouro que, por sinal, também pode ser usado como moeda. Pois tanto o ouro quanto os bitcoins são obtidos por “mineração”. 
    Resumidamente, o processo de minerar bitcoins é de “quebrar” um código de encriptação moderno, criado por um algoritmo de última geração com chave “forte”. Esse código, denominado "hash"  (sequência de bits gerada pelo algoritmo de criptografia), contém um determinado valor criptografado, e é emitido de tempos em tempos, em intervalos controlados pelo software que administra o sistema e que está distribuído por todos os nós.

O mecanismo divisado pelo idealizador de todo o sistema bitcoin, que se apresenta com o nome suposto de Satoshi Nakamoto, é extremamente engenhoso (quem se interessar por detalhes pode consultar o documento original que criou o sistema).



Consclusões

    Ironicamente, tive a experiência de conhecer as duas principais aplicações p2p, citadas acima, atuando simultaneamente contra meu favor. Após baixar um falso arquivo torrent do tão esperado Watch Dogs -- game de aventura futurística em mundo aberto, baseado nos temas de cibersegurança -- soube que o mesmo tinha vindo com um malware de "mineração" da moeda virtual Bitcoin. Nem me preocupei em testar o game e logo tratei retirar o arquivo de minha lista de upload.




Então, o que fazer para evitar ameaças desse tipo? Bem, o que é recomendado nesses casos é comprar o jogo, obter cópias originais. ¯\_(ツ)_/¯


    O impacto da topologia p2p em nossa sociedade aumentou exponencialmente tanto os indíces de pirataria digital (pelo compartilhamento de arquivos) e negócios criminosos (pelo uso do Bitcoin). Baixar e fazer upload (lembre-se que o p2p obrigatoriamente envolve fazer upload) de conteúdos protegidos por leis de propriedade intelectual é ilegal em algumas jurisdições, embora hoje em dia nem mesmo táticas de medo e exemplos de punição por esses motivos sequer ainda existem (isto é, você não vai receber uma cartinha de seu provedor).

   De qualquer modo, todas as tecnologias p2p podem ser usadas para baixar conteúdo no domínio público, e, portanto, nenhum site especializado em torrents  é inerentemente ilegal, e nem eu recomendo que se cometa ações ilegais de acordo com a sua jurisdição.




REFERÊNCIAS

Marshall Honorof. Watch Dogs Torrent Comes with Bitcoin Malware. Disponível em <http://www.tomsguide.com/us/watch-dogs-bitcoin-malware,news-18837.html> Acessado em 22/07/2014.

Murilo Roncolato. Bitcoin e crime colocam Deep Web em evidênciaDisponível em <http://blogs.estadao.com.br/link/bitcoin-e-crime-colocam-deep-web-em-evidencia/> Acessado em 22/07/2014.

Satoshi Nakamoto. Bitcoin: A Peer-to-Peer Electronic Cash System. Disponível em <https://bitcoin.org/bitcoin.pdf>. Acessado em 22/07/2014.

Wikipédia. Peer-to-peer. Disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Peer-to-peer>. Acessado em 22/07/2014.



Escrito por

Somos um grupo de graduandos em Sistemas de Informação - DCOMP/UFS.

5 comentários:

  1. *Bônus*

    Veja também porque forçar provedores de serviços de internet (ISP) para bloquear o The Pirate Bay, o local mais infame do mundo peer-to-peer de compartilhamento de arquivos, é ineficiente, segundo o Tribunal de Justiça Holandês.

    Notícia fresquinha ok: http://www.wired.co.uk/news/archive/2014-07/18/pirate-bay-traffic-doubles

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  2. Muito bom Alexandre, não conhecia algumas dessas informações. Mas finalmente, conseguiu jogar o Watch Dogs?

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    1. Ainda não, Edgar. Estou esperando chegar os descontos natalinos da Steam, ou ganhar no jogo-do-bicho! Rs

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  3. Alexandre, muito bom. Só não esqueça de citar parágrafo a parágrafo se algum conteúdo foi copiado de alguma das fontes, okey?

    Um abraço!

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  4. Blz Alexandre, boa matéria!
    Ah! Pessoal parabéns pelo blog, tá show!
    Ainda não vi todos os post's mas logo verei.

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